Na tarde do dia 10 de março de 2025, a disciplina de pós-graduação “Análises Críticas de Pesquisas em Odontopediatria” teve início com uma aula aberta inaugural no Anfiteatro da Ortodontia, na Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
Coordenada pelos docentes Daniela Prócida Raggio, Fausto Medeiros Mendes, Mariana Minatel Braga Fraga e Tamara Kerber Tedesco, a disciplina visa aprimorar o pensamento crítico e aprofundar a compreensão dos aspectos metodológicos das pesquisas em Odontopediatria, preparando os discentes para avaliar criticamente estudos.
Para sua primeira aula, o Prof. Dr. Flávio Demarco, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), foi convidado para falar sobre o alvo de seus estudos: “Epidemiologia do ciclo vital”, e para contar a respeito dos Estudos de Coorte de Pelotas, que atualmente são referência na área. Introduzido e apresentado pelo Prof. Dr. Fausto Medeiros Mendes, o docente é formado em Odontologia pela Universidade Federal de Pelotas e possui doutorado em Dentística pela FOUSP. Atua, principalmente, com estudos epidemiológicos e clínicos de diferentes desfechos de saúde bucal, possuindo grande experiência nas pesquisas e na área acadêmica.
Inicialmente, o Prof. Dr. Flávio contou um pouco de sua vida acadêmica e profissional, e como o assunto em questão se tornou um daqueles que mais trabalha atualmente. Em seguida, explicou brevemente o conceito de Epidemiologia do Ciclo Vital, que gira em torno das exposições a fatores biológicos, comportamentais e psicossociais que os seres humanos enfrentam ao longo da vida, e como esses influenciam no desenvolvimento de doenças crônicas. Dessa forma, os estudos auxiliam a estabelecer a relação causal entre as exposições sofridas e os desfechos gerados.
Posteriormente, o palestrante dissertou sobre as 4 principais teorias que moldam esse tema, sendo elas: Programação biológica; Período crítico com efeito modificador; Acumulação de risco e Cadeia de risco. Além de ressaltar que para todo esse trabalho, o estudo mais adequado é aquele denominado “Estudos de Coorte”, que se caracterizam por serem longitudinais.
Por fim, o Professor contou como funcionam os estudos na prática, quais são os maiores desafios encontrados, destacando custo, tempo, coorte de pesquisadores, time multidisciplinar e aspectos éticos, revelando os resultados obtidos e a relação entre saúde bucal e saúde sistêmica.
Texto e fotos: Marina Timbó Colmanette