Em Abril de 2024, o aluno Henrique Pacheco Peres visitou a FOUSP em um intercâmbio nacional de curta duração em busca de um primeiro contato para a futura realização de uma pós-graduação. Um ano depois, Henrique é atual mestrando do Programa de Ciências Odontológicas em Patologia Oral e Maxilofacial e Pacientes Especiais e conta como a viagem tornou todo esse sonho possível.
Após o retorno do intercâmbio, realizado principalmente com o objetivo de conhecer a infraestrutura da universidade e sua adaptabilidade no ambiente, o pós-graduando relata o quão convicto estava de que realmente gostaria de ter isso no seu futuro: “A ótima estrutura, os professores com quem tive contato, os vínculos e amizades que criei… Tudo isso juntou para que no meu retorno à Pelotas, confirmasse que de fato era o que eu queria”.
A partir disso, ele exalta a importância de visitar a FOUSP antes e o quanto isso o ajudou em todo o processo seletivo da Pós-Graduação. O fato de ter conhecido pessoas da área que pretendia seguir, visitado as salas, clínicas e laboratórios e ter entrado em contato com o Professor que poderia ser seu futuro orientador fizeram muita diferença em todo o trâmite. Dessa forma, questionado a respeito de um fator decisivo para a realização da Pós-Graduação, percebe-se como todo o conjunto foi essencial para sua decisão final, mostrando como esses pequenos detalhes que o intercâmbio proporciona influenciam diretamente na escolha.
Além disso, o contato prévio com seu atual orientador, Prof. Dr. Paulo Henrique Braz da Silva, foi primordial para sua preparação no processo seletivo. Isso porque para a inscrição é necessária a apresentação de um projeto de pesquisa elaborado com apoio do professor escolhido previamente às outras etapas do processo, forçando um contato maior entre o futuro pós e seu orientador. Como ainda estava finalizando sua graduação na Universidade Federal de Pelotas, Henrique realizou todo esse contato no formato online, e caso não tivesse já conhecido o Prof. Dr. Paulo Braz e expressado um pouco de suas ideias lá na época do intercâmbio, com certeza toda essa etapa teria sido muito mais complicada.
Ademais, é importante que o aluno tenha conhecimento e se identifique com as áreas de pesquisa do docente, que ele conheça como funciona a forma de trabalho do professor, como ele auxilia seus orientados, etc. Por outro lado, também vale ressaltar que para o orientador é um fator significativo conhecer antes o aluno que está se inscrevendo para ser seu colega de pesquisa, pois é diferente de trabalhar com alguém que não conhece e nunca conseguiu contato.
Fora o projeto de pesquisa, Henrique precisou entregar alguns documentos e realizar uma prova e uma entrevista no mesmo dia, em dezembro de 2024. Ele relata que se sentiu preparado para o processo por ter estudado o edital e pelo contato que teve com alguns estudantes do mestrado, de forma a entender mais afundo as etapas. Também ressaltou a importância de ter se dedicado desde a graduação: “Devido a essa questão do projeto, justamente quem terá mais facilidade serão aqueles que se prepararam ainda durante a graduação, que realizaram uma iniciação científica e que possuem noção de como funciona a escrita de um projeto, pois seria muito complicado se eu não tivesse tido contato algum com a área da pesquisa. Fora que o orientador não tem disponibilidade para te ajudar 100% do tempo”.
Seguindo para o tópico da pós-graduação de fato, Henrique comentou que atualmente, com auxílio de seu orientador e sua co-orientadora Profa. Dra. Camila de Barros Gallo, seu projeto está em desenvolvimento e relaciona-se com anomalias vasculares orais. Dessa forma, ele analisa casos que foram biopsiados com essas lesões para fazer imunohistoquímicas e entender melhor a causa da anomalia, a diferença entre as lesões estudadas e suas características histopatológicas. Ele também frequenta a clínica às quartas-feiras para realizar o tratamento dessas anomalias com a escleroterapia e com uso de laser.
Além disso, orienta alunos de iniciação científica da graduação, e inclusive, comenta que para aqueles que pensam em dar aula e seguir carreira acadêmica, como seu caso, essa parte é muito interessante. Henrique relembra que foi a partir de uma monitoria na sua Faculdade que despertou essa vontade pela pós-graduação e o futuro na carreira acadêmica: “Eu percebi que sentia muito mais prazer fazendo a monitoria e ensinando os alunos do que de fato realizando o procedimento sozinho”.
Por fim, finalizou indicando o intercâmbio de uma forma geral devido ao enriquecimento cultural e os aprendizados que adquiriu, mas principalmente, para aqueles que pretendem seguir uma Pós: “É muito importante ir antes na faculdade, conhecer o local, seu possível orientador… Eu sempre gosto de utilizar a analogia “conhecer antes o campo que vamos jogar”, pois tudo isso influiu muito e tornou um facilitador do processo”, concluiu.
Clique aqui para acessar a entrevista de Henrique como intercambista nacional em 2024.


Texto: Marina Timbó Colmanette
Fotos: Arquivo pessoal