Recentemente, a disciplina de Pós-Graduação “Epidemiologia aplicada à Clínica Odontológica” iniciou sua edição de 2025, no Anfiteatro do CRAI (Centro de Recursos para Aprendizagem, Investigação e Inovação) da FOUSP. Fundada e realizada há quase 20 anos, sua aula inaugural contou com os docentes Antônio Carlos Frias, Cláudio Mendes Pannuti, Fausto Medeiros Mendes e Edgard Michel Crosato.

A disciplina teve seu primeiro oferecimento em 2008, e desde então, compõe o Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas Fundamentais. Apesar disso, alunos dos três programas da casa, de outras FO’s e de demais cursos podem se matricular e participar da matéria, caracterizando-a como uma disciplina aberta. Isso reflete os mais de 100 alunos que já se inscreveram enquanto o curso foi realizado de modo assíncrono na pandemia, e a diversidade que ainda se encontra nas salas de aula, desde o retorno da disciplina à sua forma presencial.

Seu objetivo é contribuir para a formação de futuros docentes e pesquisadores no campo da Odontologia, proporcionando-lhes uma compreensão profunda dos conceitos fundamentais e das metodologias aplicadas na Epidemiologia. Almeja também instrumentar a produção de conhecimentos em Ciências Odontológicas, capacitando-os para a leitura e compreensão de trabalhos científicos envolvendo pesquisa clínica e pesquisa populacional nessa área. 

Vale ressaltar a importância desses estudos visto que pesquisas nas diversas áreas da Odontologia empregam métodos epidemiológicos para a produção de conhecimentos, por exemplo, sobre a distribuição de doenças bucais, seus fatores de risco e proteção, planejamento e avaliação dos serviços de saúde, dentre outros. Portanto, tendem a achar que a “Epidemiologia aplicada à Clínica Odontológica” só terá discussões sobre levantamento epidemiológico, quando na verdade todo o tipo de metodologia de estudo em seres humanos é abordado.

Outra curiosidade a respeito, é que muitos docentes que atualmente estão iniciando sua carreira acadêmica, participaram dessa disciplina quando eram alunos de Pós-Graduação, reforçando a sua tradicionalidade e relevância há muito tempo. 

Também é válido comentar sobre a forma como as aulas são ministradas, buscando sempre melhorar a retenção de conhecimentos e fortalecer as relações interpessoais. Isso é feito a partir da metodologia ativa “Aprendizado baseado em equipe”, em que os discentes trabalham em grupos para reforçar o que aprenderam na aula anterior. Dessa forma, a cada semana, os grupos devem apresentar um artigo científico que buscaram na literatura existente, relacionado com o tema dado anteriormente, e avaliá-lo de forma criteriosa, forçando o treinamento de um olhar mais crítico e rigoroso, uma vez que nem tudo que é publicado segue um bom padrão metodológico.

Texto: Marina Timbó Colmanette